Palavra do Pastor


Pr. Carlos Tolentino

Pai sempre presente na vida do filho

“Haja o que houver, eu sempre estarei ao seu lado”
“Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente diante de mim.” (Is. 49:16)
“E iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.” (Jó 1:4)
“Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.“  (Jó 1:5)
“Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” (Hb. 12:7).

          Assim como o nosso Pai Celestial está presente nas vidas dos filhos, devemos está sempre presentes nas vidas dos nossos filhos. A figura do pai é indispensável na formação saudável do caráter e segurança do filho. Quer pela presença física, quer pelos ensinos, quer pelo bom exemplo, quer pela intercessão, como fazia Jó.  Veja o exemplo desse pai:
Certo pai, na Romênia, dizia sempre a seu filho: “Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado”.
Na sua cidade houve um terremoto de intensidade muito grande, que quase arrasou todas as construções ali existentes.
Este homem ao tomar conhecimento do ocorrido correu para casa, lá encontrando apenas sua esposa, pois seu filho estava na escola. Correu para lá, e a encontrou totalmente destruída. Não restou uma única parede de pé...
Tomado de uma enorme tristeza ficou ali ouvindo a voz do seu filho lembrando da sua promessa:  “Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado”.
Seu  coração estava apertado e sua vista só alcançava a destruição.
O eco da voz do seu filho e a lembrança da sua promessa o dilaceravam.
Mentalmente percorreu o trajeto que fazia diariamente segurando à maozinha do filho quando o levava à escola. O portão (que não mais existia)...corredor...às paredes..., rosto confiante, sala do 3º ano...Parou em frente à  porta do que seria a sala e nada...Apenas uma pilha de material destruído, nada que lembrasse a classe.
Olhava tudo... desolado... E continuava a ouvir sua promessa:  “Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado”. E ele não estava.
Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:
- Vá para casa, não adianta, não sobrou ninguém. – Vá para casa. Ao que ele retrucava: Você vai me ajudar?
Mas ninguém o ajudava, e pouco a pouco,  todos se afastavam.
Chegaram os policiais que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não tinha chance de ter sobrado ninguém com vida. Havia outros locais com mais esperança.
Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia para às pessoas que tentavam  retirá-lo de lá era: - Você vai me ajudar? Mas eles também o abandonavam.
Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa... - Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo? Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram lhe ajudar, pois continuam ocorrendo explosões e incêndios.
Ele retrucava: - Você vai me ajudar? - Você está cego pela dor, não enxerga mais nada. Ou então é a raiva da desgraça. - Você vai me ajudar? Um a um todos se afastavam.
Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos, mas não se afastava dali. 5 h / 10 h / 12 h/ 22 h / 24 h /30 h...
Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho, ouviu: - Pai... estou aqui!
Feliz, fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou: - Você está bem? - Estou. Mas com sede, fome e muito medo. - Tem mais alguém com você? - Sim, dos 36 da classe, 14 estão comigo; estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem! Apenas se conseguia ouvir seus gritos de alegria.
- Pai, eu falei a eles: - Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar. Eles não acreditavam, mas eu
dizia a toda hora... - "Haja o que houver, meu pai estará sempre ao meu lado". - Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco. - Não! Deixe eles saírem primeiro... Eu sei que haja o que houver... você estará me esperando!
          Ser pai é uma missão divina. Ser pai é ser a imagem e semelhança do pai celeste. Ser pai é estar presente na vida do filho amando-o de tal maneira, como Ele nos amou.
Pr. Carlos Tolentino
Boletim agosto/2011